Quarto de Kalel Cullen

-Não tentei manipular ninguém! - defendi-me eu. -Estava só a falar, porque sabes... não durmo com toda a gente que me aparece á frente...

-E e eu sou mais um desses que te aparecem à frente?-perguntei eu, chateado-eu levei-te a uma floresta hoje e depois salvei-te a ti! Isso é quem aparece à frente. Eu compreendo a tua situação e peço desculpa, mas gostava que me tratasses como um amigo.

-Miguel, eu gosto muito de ti. Mas como amigo. - disse eu sem saber como falar com ele. -Eu normalmente não durmo com amigos. - ri-me eu. -E eu agradeço-te muito pelo que fizeste hoje, mas o que tu me pedes...

-...mas o tu me pedes...-disse ela, mas foi interrompida, por mim.
-Eu já percebi. Esquece-disse eu mostrando tristeza e fúria ao mesmo tempo-é aquele Dann. Tu deixavas-o entrar a meio da noite para a tua cama. Tu confias nele, e não confias em mim. Já percebi. Mas, tu, por acaso tens noção que um dos teus novos amigos, podia ter morrido? Eu chamei-o é verdade, mas foi para te mostrar um caçador de cavernas. Eu não estava à espera, de o ter de matar.

-Miguel estás a dizer algo que não sabes. Eu NUNCA dormiria com alguém que mal conheço. Não lhe dou confiança para isso a ele, mas também não dou a ti. Eu adoro-te como amigo, mas só como amigo! - disse eu exasperada. -E confio em ti da mesma maneira que confio nele. E o facto de te deixar dormir na minha cama não define a confiança.

-Está bem!-disse eu por fim, com o tom de voz mais elevado que usara naquela hora-de qualquer maneira amanhã vais-te embora não é? Foi o que ouvir dizer. De qualquer maneira, eu já estava à espera que uma coisa destas fosse acontecer. Acho que vou-me embora, agora pois acabei de estragar a melhor relação que tive no campo de férias. eu já devo estar no teu cadastro, por isso vou-me embora-disse eu, mas, quando ia sair, ela puxou-me de maneira que eu percebesse a situação.

-Espera! Amanhã vou-me embora? - perguntei eu confusa. -Fica aqui! Eu arranjo o saco cama e podemos ficar a ver um filme, se quiseres.

-Não sei se gostas, mas eu queria ver o filme do hitler-respondi eu, concordando com o que ela disse.

-Sim. Pode ser. - disse eu sentindo-me melhor. -Mas como assim amanhã vou-me embora?

-Disseste que ias estar aqui até ao fim das férias. Ouvi-te dizer, que é diferente-respondi eu, outra vez.

-E ainda falta bastante tempo até as férias acabarem... - disse eu.

-As tuas-corrigi eu-daqui a uma semana eu tenho escola. Tenho exames nacionais e não os quero falhar.

-Ah. Não sabia disso. - disse eu. -E quanto ao filme, tu tens?

-Sim, eu gosto tanto dele, que o guardo sempre na minha mochila-disse eu tirando o filme da mochila.

-E queres ver já? - perguntei eu.

-Não sei, o quarto é teu, por isso tu decides-respondi eu, encolhendo os ombros, indiferente olhando para ela.

-Pode ser, por mim. - disse eu. -E depois disso?

-Já jantaste-perguntei eu, são 8 horas, mas eu ainda não jantei. Se calhar não, porque eram 5 da tarde quando nos encontrámos na floresta.

-Ainda não. - confessei. -Estive contigo o tempo todo. - sorri.

-I see...-respondi eu- então parece que temos sortuda! Hoje, faço eu a comida para os dois-disse eu-é o mínimo que te posso fazer.

-Ok. - ri-me eu. -É a renda do quarto. - brinquei eu. -E o que é que vais cozinhar? - perguntei eu.

-Uma coisa simples,mas boa. Ainda não te conheço bem, por isso vou cozinhar um burger no pão.

-Sorry, sou vegetariana. - disse eu embaraçada. -Desculpa ser desmancha prazeres... - suspirei eu.

-A minha mochila tem lá um pão com apenas, salada. Se quiseres, está lá. É verdade, que também tinha de comer saudável, se quero continuar com técnica, mas é só hoje,e a batalha de hoje deu apetite.

-E onde está a tua mochila? - perguntei eu. -De qualquer maneira eu tenho restos no frigorífico. - afirmei eu.